Para ler Alice Através do Espelho, o leitor precisa, antes de qualquer coisa, acreditar na imaginação. É através dos desejos e sonhos de uma garotinha que se vive uma experiência incrível.
Alice está em casa, entediada, em uma tarde de inverno. Fica
observando sua gata Dinah dar banho em uma de suas filhotinhas enquanto a outra
faz uma bagunça enorme. Resolve pôr fim na bagunça feita por Kitty, e é dando
uma bronca na gatinha que ela se lembra de algumas de suas experiências no País
das Maravilhas e, por um momento, tudo o que ela mais quer é poder viver uma
nova aventura.
O que ela não sabe é que por trás do espelho de sua
casa há uma nova aventura a esperando. É assim que ela chega nesse mundo fantasioso onde tudo é permeado
pela reflexão do espelho e por regras e peças do jogo de xadrez. Ela se depara com flores que falam, caminhos que só se alcança se traçados pelo
lado oposto e com criaturas muito esquisitas, porém muito interessantes. Além
de todas essas novidades, Alice revisita personagens que ela já conheceu no clássico ‘Alice no País das Maravilhas’.
O ponto alto do livro é o jogo de xadrez. Obviamente,
não é um simples jogo de tabuleiro, mas um jogo que precisa ser percorrido
a bordo de um trem, com paradas estratégicas onde cada peça está localizada. E
assim Alice embarca em uma nova aventura, com as conversas mais loucas e as
canções mais longas que ela já teve e ouviu, até chegar ao seu destino final,
que é se tornar uma rainha.
Uma vez que você diz alguma coisa, está dita, e você tem de arcar com as consequências.
Existem os que relutam em ler Alice pela fantasia e
surrealidade que a história contém. Mas por trás de cada palavra de Lewis
Carroll, é possível pra ver nitidamente a inocência que guia a protagonista e mantém o leitor conectado à trama. E é a forma como ela se agarra a essa fantasia que
cria percepção do quanto Alice acredita ser real tudo o que está vivendo. É assim que o livro acaba criando, de certa forma, uma afinidade com o leitor, já que o que ela
mais deseja é viver algo que a tire da rotina e a faça ir mais além.
Lewis Carroll, como tantos outros autores de clássicos
infantis, tem o intuito de passar alguma lição de vida para seus leitores. A
maneira como ele faz isso é tão sutil que surpreende a todo instante a
genialidade com a qual o autor elabora suas histórias.
Aline Minte
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