E é tentando se encaixar nesse lugar que Rachel inicia seu
uso abusivo de drogas e medicamentos controlados. E quanto mais fundo entra
nessa vida de toxicômana, mais ela perde o controle sobre as coisas ao seu
redor. Gosta de poesia, e quando está ‘ligadona’ tenta escrever seus próprios
poemas, o que dá o pontapé inicial para a reviravolta em sua vida: Em uma noite
que não consegue dormir, toma uma dosagem muito forte de comprimidos e adormece
tentando escrever um poema, que acaba sendo interpretado como um bilhete suicida por
sua amiga Bright, que a encontra inconsciente. Rachel é levada às pressas para um
hospital onde a overdose é diagnosticada.
Perde seu emprego, seu namorado e sua grande amiga.
E aí sua vida vai parar no Claustro – uma clínica para
dependentes químicos. Ela fica uma fera, pois não se considera magra o
suficiente para ser uma toxicômana!
Acaba tentando olhar para o lado positivo das coisas, pois leva
a estadia no Claustro como férias merecidas, com direito a banheiras de
hidromassagem, academia e bate-papo com artistas em recuperação. Como estava enganada!
Na clínica ela é forçada a frequentar terapias em grupo, faz amizades, inimizades e
começa a ter uma leve queda por Chris – um rapaz bonito e de boa lábia, que
está na sua segunda internação. Ela jura que sairá quando completar as três
semanas obrigatórias pelo contrato, mas quando já está preparando as malas para
sua saída é que tudo começa a acontecer: Seus pais, seu ex-namorado e sua amiga
aparecem para relatar como é conviver com ela. Grandes revelações acontecem e
aos poucos ela vai aceitando o que nega divertidamente o livro todo: ela é uma
toxicômana.
Rachel é levada da dependência química para o conhecimento
da sua própria maturidade, vivendo uma história de amor e perdão, neste romance
que é comovente, forte, e muito, muito engraçado.
Marian Keyes, autora do livro, encanta pela sua forma
divertida de abordar temas pesados e provoca o leitor para saber mais e mais sobre a Famíla
Walsh. A própria autora já vivenciou
momentos parecidos com o de Rachel, pois começou a escrever suas primeiras
histórias quando estava internada para reabilitação do alcoolismo.
Lançado pelo selo Bertrand da Editora Record, o livro é contado todo a partir do ponto de
vista da Rachel, e a história sobre seu namoro e seu relacionamento com a
melhor amiga vai se revelando aos poucos. Isso acaba dando certo ar de
mistério ao enredo, que deixa o leitor ainda mais ansioso para saber o desfecho dessa
história.
Com um humor ácido, um romance lindo e certos choques de
realidade, Férias! tem potencial para entrar no roll dos favoritos. O final é
surpreendente. Vale a pena conferir!
Aline Minte
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