sábado, 16 de julho de 2016

Resenha | O Lado Mais Sombrio

Atualmente, uma das principais apostas de escritores e editoras são adaptações de contos de fadas. Escrever uma história dando um tom de inovação e modernidade a algo já famoso, é uma fórmula fadada ao sucesso. O Mundo Mais Sombrio foi um livro escrito por A. G. Howard, publicado pela editora Nova Conceito em 2014, e dá um novo olhar ao clássico de Lewis Carrol

Alice Gardner era uma criança quando encontrou um portal para o País das Maravilhas, mas isso não a impediu de fazer enormes danos ao mundo encontrado, como criar um novo mar e congelar os participantes do chá da tarde. Quando finalmente conseguiu fugir sem que a Rainha Vermelha cortasse sua cabeça, já era tarde demais, todas as mulheres de sua linhagem haviam sido amaldiçoada com o dom de escutar os pensamentos das plantas e dos animais por consequência de seus feitos. 
Escutar os animais não parece uma maldição para nós leitores, porém para a família de Alyssa Gardner – a personagem principal- é sinônimo de hospício, visto que se assemelha a uma esquizofrenia. Enquanto sua mãe internada está rumo a um tratamento de choque, ela e seu amigo Jeb vão para o País das Maravilhas para quebrar a maldição e reparar os danos que sua avó – Alice - havia causado. 

A versão criada por Howard do País das Maravilhas é curiosa e surpreendente. Os detalhes e a construção do cenário permitem ao leitor visualizar um mundo fantasioso, exótico e bonito. Além disso, os três personagens principais – Alyssa, Jeb e Morfeu – são empolgantes e únicos. Alyssa é a típica heroína, com mais poder do que pode imaginar. Jeb é o seu cavalheiro, sendo nobre e com sentimentos puros. Morfeu... É o divo que carrega e encanta toda a história nas costas, sendo um membro do submundo, e uma criatura misteriosa.

A construção dos personagens como dita anteriormente é algo que merece ressalvo. Usando bons usos do clichê, esses são o ponto forte da história. Além disso, a aventura que acontece no mundo fantasioso dá um toque especial à obra. Apesar disso, em alguns momentos o leitor pode se deparar com um certo esfriamento da história. 

Porém, quando o final se aproxima, é impossível parar. Não tem palavras para detalhar a mágica e a surpresa. A autora acertou na forma e nos sentimentos para finalizar agradando gregos e troianos. Um final bem construído pode mudar ou criar uma opinião sobre um livro, e certamente esse final rendeu muitos pontos para O Lado Mais Sombrio. 

Por fim, sobre a edição da Nova Conceito, tem vários pontos bons, porém um ruim. A capa do livro é extremamente característica, e simplesmente maravilhosa. O design dos capítulos é elegante e requintado. Erros de digitação podem ser notados ao decorrer das páginas, mas podem ser relevados conforma o enredo vai envolvendo o leitor. 


Ayllana Ferreira

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