
A relação de Doug e Claire, sua irmã gêmea, também merece destaque. Juntos são a dupla perfeita. Com uma conexão que somente gêmeos possuem, Claire se empenha em trazer o irmão de volta a vida. Divertida e irreverente, ela arrancará boas risadas dos leitores com sua tiradas descaradas e sem um pingo de vergonha.
O livro se inicia pós morte de Hailey e toda a história do casal é contada por Doug em momentos, frequentes, de saudade. Mesmo depois de um ano, as coisas que ela deixou permanecem no mesmo lugar, inclusive o sutiã vermelho pendurado na maçaneta. Para o viúvo, se manter triste e de luto é sua forma de honrar o amor que sentia pela amada. Por outro lado em diversas passagens o personagem faz graça da própria condição, o que traz uma leveza. Apesar da triste história e de seu esforço para o drama, Doug está longe de ser um jovem amargurado. É apenas triste, uma tristeza bem real, sem hipérboles, que Tropper escreve com maestria.
Em meio a tudo isso, sua coluna no jornal, Como falar com um viúvo, onde conta sua vida com Hailey e as dificuldades de enfrentar sua partida, está sendo um sucesso. Mas para ele, aproveitar essa oportunidade seria como desfrutar da morte. E isso ele deixa para irmã caçula, que se apaixonou por um dos seus amigos justo no enterro de Hailey, e agora estão de casamento marcado.
Toda obra é envolvente e faz o leitor mergulhar nos sentimentos de Doug, um personagem apaixonante, que deixa de lado o esteriótipo do príncipe perfeito e é apenas um jovem comum, com muitas coisas pra contar. O livro escancara as relações familiares, traz a tona o pai que sofreu um AVC e a mãe que luta pelos dias em que ele se parece com o que ela conheceu um dia. Traz também os conflitos e alianças entre irmãos, as dores da antiga família e o desafio da nova.
Uma trama melancolicamente divertida para se apaixonar, surpreendente e cativante a cada nova página.
Larissa Pereira
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